sexta-feira, 16 de abril de 2010

Niemeyer não foi à Lapa


Um pequeno caso sobre Oscar Niemeyer. Certa vez acompanhei o arquiteto Jorge Czajkowski ao escritório daquele arquiteto. O então Vice-governador do Estado do Rio de Janeiro, Luis Paulo Conde, desejava construir uma nova sede para o Museu Carmen Miranda e havia tido uma idéia recorrente em diversos outros governos: convidar Oscar Niemeyer, uma vez que seu notório saber e sua figura ímpar dispensavam, no modo de pensar dos políticos, uma licitação. O prédio seria construído em um terreno na Lapa, onde uma série de normas limitavam o gabarito da futura edificação e as próprias dimensões do terreno a definiam como algo similar a um cubo. Niemeyer nos recebeu com a sua propalada cordialidade, nos contou sobre seu recente interesse pela filosofia e sobre o grupo de estudos que vinha organizando em seu escritório. Ao final, disse candidamente que o Governo do Estado, por favor, escolhesse outro arquiteto, já que ele não sabia projetar com aquelas limitações. Lembrei-me da Obra do Berço e pensei em toda uma carreira que existiu após aquela obra.

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