terça-feira, 1 de março de 2011

Cais da Imperatriz
























Coluna com esfera armilar e trechos escavados dos antigos Cais da Imperatriz e cais do Valongo. Fotos Robeto Anderson Magalhães/ 2011

O Cais da Imperatriz foi construído em 1843 por Grandjean de Montigny no Valongo, no que hoje é a Rua Barão de Tefé. Antes, ali já havia o cais do Valongo, com calçamento de pedras irregulares. A construção do Cais da Imperatriz deveu-se à chegada da futura esposa de D. Pedro II, D. Teresa Cristina. Ele foi executado com pedras aparelhadas e contou ainda com uma fonte em forma de coluna encimada por uma esfera armilar e estátuas de mármore representando divindades gregas. Da antiga fonte só restou a coluna, que ainda se encontra no local, já que a sua bacia e as bicas desapareceram. As estátuas foram inicialmente deslocadas pelo Prefeito Pereira Passos para o Jardim do Valongo e, no final do século XX, foram levadas para os jardins do Palácio da Cidade na Rua São Clemente. Já o cais permaneceu encoberto pelo aterro que criou a atual Área Portuária. Mas sempre se soube da sua localização aproximada.
As obras de recuperação da Área Portuária, agora chamadas de Porto Maravilha, entre outras coisas, planejam a reestruturação do sistema de drenagem daquela área. O que seria positivo levou ao equívoco de se projetar a principal galeria de águas pluviais no leito da Rua Barão de Tefé, a mesma onde um dia existiu o Cais da Imperatriz. Ora, consequentemente, a construção da galeria encontrou o antigo cais, criando-se uma situação em que o Patrimônio da cidade fatalmente deverá ser danificado. Não há como a galeria continuar o seu caminho sem a desmontagem parcial do belíssimo cais. Mas desmontá-lo significa dar continuidade a um erro terrível. Baseado na pouca tradição de radicalidade na preservação do nosso Patrimônio e no poder das empreiteiras, já se pode desconfiar de qual será o desfecho desta estória...

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