Praça Maurício Cardoso com tapumes - foto Aldo Santos Alves
Praça Maurício Cardoso em OlariaA Prefeitura do Rio definiu um padrão perverso de tratamento das praças cariocas: ocupá-las ao máximo com equipamentos, como UPAs, UPPs, Clínicas de Família ou arenas culturais, economizando na compra de terrenos. Nem praças tombadas têm escapado deste processo. O Parque Ari Barroso na Penha e o antigo Jardim Zoológico em Vila Isabel, tombados pelo Estado do Rio, também estão sendo colonizados por diversos equipamentos. Mas praças não são reservas de terras e sim elementos vitais para a vida das cidades.
Agora, isto ficou absolutamente claro com o decreto municipal n. 34.311 de 18 de agosto deste ano, que alterou o uso de cinco praças nas Zonas Norte e Oeste. Por este decreto, as praças dos Lavradores, em Madureira; Soldado Francisco Vitoriano, em Campo Grande; Honoré de Balzac, em Senador Camará; Santa Bárbara, em Rocha Miranda; e Marechal Maurício Cardoso, em Olaria poderão receber Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).
Isto contraria a Lei Orgânica do Município, que em seu artigo 235 prevê: "As áreas verdes, praças, parques, jardins e unidades de conservação são patrimônio público inalienável, sendo proibida sua concessão ou cessão, bem como qualquer atividade ou empreendimento público ou privado que danifique ou altere suas características originais.”
Algumas moradores afetados não estão dispostos a verem suas praças serem destruídas dessa forma. Este é o caso da Praça Marechal Maurício Cardoso (em frente ao supermercado Extra, logo depois do Clube do Olaria). Lá, eles já se reuniram várias vezes e estão se mobilizando para mostrar ao Prefeito o quanto estão insatisfeitos com a destruição de sua praça. Unidades de saúde pública sim, mas não às custas do fim das praças!