sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
A plataforma abandonada do Metro do Rio
Chafariz da Estação Carioca
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
Prefeitura loteando praças
Praça Maurício Cardoso em Olaria
Agora, isto ficou absolutamente claro com o decreto municipal n. 34.311 de 18 de agosto deste ano, que alterou o uso de cinco praças nas Zonas Norte e Oeste. Por este decreto, as praças dos Lavradores, em Madureira; Soldado Francisco Vitoriano, em Campo Grande; Honoré de Balzac, em Senador Camará; Santa Bárbara, em Rocha Miranda; e Marechal Maurício Cardoso, em Olaria poderão receber Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).
Algumas moradores afetados não estão dispostos a verem suas praças serem destruídas dessa forma. Este é o caso da Praça Marechal Maurício Cardoso (em frente ao supermercado Extra, logo depois do Clube do Olaria). Lá, eles já se reuniram várias vezes e estão se mobilizando para mostrar ao Prefeito o quanto estão insatisfeitos com a destruição de sua praça. Unidades de saúde pública sim, mas não às custas do fim das praças!
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
Turismo na Turquia, algo muito sério
Assim, a herança cultural da Turquia inclui ruinas greco-romanas, igrejas e casas dos primeiros cristaos, igrejas bizantinas, mesquitas deslumbrantes, munumentos da Republica , além de escavaçoes arqueologicas de periodos anteriores aos gregos. Para lidar com esta riqueza, e mostra-la aos visitantes, um guia de turismo deve estudar quatro anos na universidade. Somente apos estudos sobre esta vasta herança cultural, os guias recebem uma licença nacional, sem a qual nao podem trabalhar.
Cada localidade apresenta diferentes possibilidades de exploraçao pelo turista e os roteiros disponiveis sao bastante claros e bem estruturados. Em qualquer localidade que se chegue, um guia podera lhe oferecer pacotes de um ou mais dias, que se revelam muito uteis, pois sem eles a descoberta de certas atraçoes seria bem mais dificil.
A segurança também é um fator importante, pois nao ha aparentes ameaças a turistas e nem à populaçao em geral, que anda livremente pelas ruas até altas horas da noite.
Todo este esforço é muito bem recompensado por levas de turistas de diferentes paises que chegam à Turquia. Chama a atençao a presença dos japoneses e, crescentemente, de chineses.
Este profissionalismo no trato do turismo é algo que o Brasil precisa urgentemente aprender. Mas por enquanto, o nosso Ministério do Turismo é apenas mais um ativo nas maos da familia Sarney.
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
Transportes em Istambul
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
Gal fatal
A Gal era magra, cabelos enormes. No palco do Teresa Raquel, vinha com uma saia, tipo cigana, de cintura baixa. Sentava num banco próximo ao chão, abria as pernas e a saia se ajustava perfeitamente, deixando entrever os contornos da baiana. O violão era encaixado ali naquele vão. Ela deixava os cabelos cairem um pouco sobre o rosto e mandava: Ah sim, eu estou tão cansada... A platéia era enfumaçada e, enquanto ela cantava, o ruidoso silêncio que se estabelecia era entrecortado por interjeições de admiração. A Gal era fatal!
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
Loteando parques municipais
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
Cidade Heterogênea
No Rio de Janeiro, a breve tentativa de uma cidade beaux-arts tropical, que não chegou a abranger o todo da cidade carioca de então, foi substituída por algo heterogêneo e fragmentário que temos hoje. Esta ação, como a de construção da cidade anterior, não foi fruto de uma decisão geral, mas de ações de indivíduos e do poder público, buscando ganhos mais imediatos e uma imagem de modernidade que parecia lhes convir mais. Aliás, sobre o fetiche da modernidade, vale a pena ver as palavras do secretário geral do Ministério do Turismo, preso recentemente em operação de Polícia Federal. Ao orientar a fraude no ministério sugeriu: “o importante é a fachada ser uma coisa moderna que inspira confiança...”.
Um grande problema no Rio de janeiro é o fato do Poder Público parecer continuar como agente da destruição de paisagens que são caras aos habitantes. É o caso da proposta do espigão da Eletrobras em pleno eixo de visada dos Arcos da Lapa, monumento maior da nossa carioquice. Ou quando um projeto, como o Porto Maravilha, deixa de ser pensado a partir das qualidades endógenas do lugar, e sim como um modelo a “la Dubai”, a ser imposto por sobre a destruição de exemplares bastante interessantes de armazéns. Como nossas autoridades gostam de exemplos externos, valeria à pena uma visita ao “Meatpacking District” em Nova Iorque, para se ver que é possível um melhor aproveitamento das características industriais da nossa Área Portuária. Outra péssima iniciativa é atual tendência de se ocupar praças públicas com equipamentos de saúde, da guarda municipal, da polícia e, até mesmo, da cultura.
Olhar para o passado nos ajuda a compreender erros e acertos. Preservar partes importantes desse passado, reciclando-os no presente, é importantíssimo. Construir o presente com criatividade e ousadia é bem mais ainda. Então vivamos nossa cidade heterogênea da atualidade, mas com qualidade urbanística e arquitetônica, por favor!
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
BRT no Transcarioca?
Com a Copa do Mundo, que ocorrerá em diversas cidades do Brasil, a precariedade do transporte público de nossas cidades ficou mais evidente. A busca por baixos custos e o lobby dos empresários do setor de transportes motorizados vem levando à adoção do BRT (Bus Rapid Transit) como solução padrão nessas cidades. Há previsão de implantação de BRT em nove das 12 sedes da Copa do Mundo de 2014, com investimentos do governo federal para obras, e da iniciativa privada para compra dos ônibus articulados. Poderão ser 20 novos sistemas de BRTs. No Rio de Janeiro, além da Copa, as Olimpíadas de 2016 também pressionam para que sejam adotadas soluções para o transporte público.
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
O Porto Olímpico e o Projeto Aplauso
Galpão do Projeto Aplauso
O Galpão do Projeto Aplauso, situado na Rua General Mendes de Moraes, na Área Portuária, é um dos mais interessantes galpões da cidade. Originalmente, era da CSN e foi construído em estrutura metálica importada (inglesa?), que se encontra muito bem conservada. Os vãos são generosos e, acima destes, há pontes deslizantes. A sua estrutura lembra aquela do palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
A área em que se encontra faz parte do projeto Porto Olímpico, que abrigará a vila da mídia e a vila dos árbitros. No entanto, no recente concurso de projetos para o Porto Olímpico, organizado pelo IAB-RJ, o galpão do projeto Aplauso simplesmente foi desconsiderado pelos vários projetos premiados. O projeto vencedor, de João Paulo Backhauser, propõe torres no seu lugar. Aliás, uma marca dos projetos selecionados foi não considerar a arquitetura existente. Apenas o projeto colocado em segundo lugar, de Roberto Aflalo Filho, propôs a manutenção de um galpão, o da antiga estação da Praia Formosa, vizinho ao do projeto Aplauso.
Além do interesse arquitetônico do galpão do Projeto Aplauso, é importante ressaltar o projeto social que lá é desenvolvido. Os alunos, provenientes de famílias economicamente carentes, têm aulas de metalurgia, português, circo, dança, etc. Vários saem de lá para trabalhar em estaleiros, outros se interessam pela vida artística, mas o mais importante é a visão humanista e globalizante da formação que recebem. O projeto merece o aplauso da cidade e a sua manutenção. Destruí-lo seria um enorme equívoco, um crime contra a memória industrial do Porto e do Rio e um crime contra o futuro desses jovens.
segunda-feira, 25 de julho de 2011
Projeto Aplauso - um belo projeto ameaçado
O galpão do projeto Aplauso encontra-se ameaçado de demolição pelo projeto Porto Maravilha. Lá há aulas de dança, teatro, circo, soldagem, costura, construção civil, etc., etc. Tudo para jovens economicamente carentes. Sem falar que a arquitetura do galpão é fantástica. Mas, por enquanto, o galpão não é considerado nos projetos para a área. Os projetos vencedores do concurso do IAB sequer mencionam a sua existência.
sexta-feira, 22 de julho de 2011
Prosseguem as escavações na Barão de Tefé
O Cais da Imperatriz seguiu o projeto de Grandjean de Montigny, para preparar a área para a vinda da esposa de D. Pedro II, D. Teresa Cristina, em 1843. Ele foi construído sobre a área do antigo Cais do Valongo, por onde chegavam escravos que eram vendidos no mercado de escravos do Valongo, uma chaga na história de nosso país. Deste último cais não se conhecia ao certo a configuração. Já o Cais da Imperatriz foi projetado com largo calçado por paralelepípedos, cais rampado, e esculturas de divindades greco-romanas, as quais hoje se encontram nos jardins do Palácio da Cidade, em Botafogo.
Parte do cais foi desmontado para que a obra da nova galeria tivesse curso. Curiosamente, neste mesmo ponto encontrou-se uma galeria bem menor, construída em 1870 por Edward Gotto, que teve o cuidado de repor as pedras que haviam sido deslocadas para sua implantação. Esta antiga galeria também foi desmontada. No momento, prosseguem as escavações para desvendar o que restou do Cais da Imperatriz e do cais do valongo. O problema é que para se chegar a este segundo, o primeiro está sendo ainda mais desmontado. Uma pergunta, então, se impõe: haveria o risco de uma visão ideologizada desse processo sobrepor um cais em detrimento do outro?
segunda-feira, 4 de julho de 2011
O Seminário sobre o Porto Maravilha no IHGB - maio 2011
O segundo dia do Seminário foi dividido em duas partes. Na parte da manhã, para expor temas ligados às expectativas suscitadas pelo projeto, a organização convidou o Secretário de Habitação Jorge Bittar, Maurício Hora, fotógrafo com atuação comunitária no Morro da Providência, Carlos Machado, líder comunitário e presidente do Bloco Filhos de Gandhi, e a Vereadora Sonia Rabello. O moderador da mesa foi Roberto Anderson Magalhães.
Antonio Carlos Machado frisou que a especulação imobiliária já está assolando a área e abordou a falta de transparência na condução das questões relativas aos moradores, muitos remanescentes do trabalho portuário:
domingo, 1 de maio de 2011
Seminário Porto Maravilha no IHGB: 16 e 17 de maio 2011
Desafios e Problemas
no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro – IHGB
Realização IHGB/Prourb-UFRJ
16 e 17 de maio, segunda e terça-feira, com responsáveis pelo projeto na Prefeitura do Rio de Janeiro, representantes da sociedade civil e pesquisadores.
1º Dia: 16 de maio de 2011
9:30h – Palestra de Abertura do Seminário: Carlos Lessa, economista e escritor
Apresentação por Arno Wehling, historiador e presidente do IHGB
14:00h - 1º mesa – O projeto Porto Maravilha e a Cidade do Rio de Janeiro
Moderador: Marcus Monteiro, pesquisador, membro do IHGB e ex-Diretor Geral do Inepac
Expositores:
- Carlos Alberto Muniz – Vice-Prefeito da Cidade do Rio de Janeiro - Marcos Poggi – especialista em Economia Rodoviária - José Conde Caldas, arquiteto e presidente da Ademi - Luiz Fernando Janot, arquiteto e urbanista, professor da FAU-UFRJ
2º Dia: 17 de maio de 2011
9:30h - 2º mesa - As expectativas suscitadas com o projeto Porto Maravilha
Moderador: Roberto Anderson Magalhães, arquiteto e urbanista
Expositores:
- Carlos Machado – presidente do bloco Filhos de Ghandi e líder comunitário local
- Maurício Hora – artista e líder comunitário do Morro da Providência
- Jorge Bittar - Secretário Municipal de Habitação - Sonia Rabello, professora de Direito e Vereadora
14:00h - 3º mesa – Modelos e ideais do projeto Porto Maravilha
Moderador: Rachel Coutinho – arquiteta e urbanista, coordenadora do PROURB/UFRJ
Expositores:
- Jorge Arraes – Presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro – Cdurp
- Sérgio Magalhães – arquiteto e urbanista, presidente do IAB-RJ
- Nina Rabha – arquiteta e urbanista, estudiosa da questão da recuperação da Área Portuária
16:00h - 4ª mesa – Os impactos e as conseqüências
Moderador: Cecília Herzog – paisagista urbana e presidente da ONG Inverde
Debatedores:
- Paulo Vidal Leite Ribeiro – Coordenador de Conservação e Projetos Especiais da Subsecretaria do Patrimônio Cultural, Intervenção Urbana, Arquitetura e Design - Cristóvão Duarte – arquiteto e urbanista, professor do Prourb - Maria Fernanda Lemos, arquiteta e urbanista, professora da PUC-RJ
Inscrições e informações:
Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro – IHGB
Av. Augusto Severo, 8 – 12º andar – Glória
20021-040 – Rio de Janeiro – RJ
Tel.: (21) 3852-0995 / 8457-9560
presidencia@ihgb.org.br
quinta-feira, 14 de abril de 2011
Lá se vai o Patrimônio: Brahma x cidade
quinta-feira, 24 de março de 2011
domingo, 20 de março de 2011
Galeria de águas pluviais e o Cais da Imperatriz
trecho do antigo Cais da Imperatriz desfeito para a passagem da nova galeria de águas pluviais
Segundo a arqueóloga Tania Lima, o Cais da Imperatriz, no ponto em que foi desmontado para a passagem da nova galeria de águas pluviais, já havia sido mexido na ocasião da implantação da drenagem de Edward Gotto, em 1870. Mas, muito importante, teria havido, então, o cuidado de repor tudo no lugar, reconstituindo o Cais da Imperatriz naquele ponto. De uma certa forma a arqueóloga dá a entender que o desmonte atual daquele trecho do cais não seria tão importante em função de já ter havido esse fato naquela ocasião. Acho esta opinião problemática. Uma drenagem de 1870 já é história. E ainda mais que naquela ocasião tiveram o cuidado de não danificar o cais. A verdade é que hoje o Cais da Imperatriz foi cortado sim. É possível que não houvesse outra alternativa para a apassagem da nova galeria de águas pluviais mas, de qualquer forma, esse debate necessitaria ter sido mais ampliado. E não foi. Os canos em ferro vindos da Inglaterra teriam sido recolhidos, assim como as pedras.
sexta-feira, 18 de março de 2011
Encontro com Raquel Rolnik no IAB-RJ
No dia 17 de março de 2011 aconteceu no IAB-RJ um Encontro com Raquel Rolnik para discutir o projeto Porto Maravilha. Em sua fala, a arquiteta e relatora da ONU para questões de moradia adequada explicou que num momento anterior à posse do atual prefeito, o governo federal se envolveu com o projeto do Porto do Rio, buscando a melhor forma de participar do mesmo. Como era proprietário de grande parte dos terrenos, o governo federal propunha, então, uma administração do projeto conjunta com a Prefeitura do Rio, através da constituição de uma empresa pública compartilhada. A intenção do governo federal, então, era a de destinar uma parte significativa dos terrenos disponíveis para a construção de moradias sociais.
No entanto, em algum momento se soube que a empresa OAS andava a pesquisar um modelo econômico e de gestão para a área do Porto do Rio. E quando ocorreu a mudança de gestão municipal, o novo Prefeito abandonou a proposta de criação de uma empresa em conjunto com o governo federal e optou pela criação de uma empresa municipal, a Cedurp. Em seguida, foi realizada uma licitação para definir a companhia que executaria as obras do Porto Maravilha, de acordo com o modelo desenvolvido pela OAS. E justamente a OAS, associada à Carioca Engenharia e à Odebrecht venceu esta licitação. Assim, a empresa irá executar o projeto de acordo com o modelo que ela mesma desenvolveu e que foi assumido pela Prefeitura do Rio.
Segundo Raquel Rolnik, o modelo em vigor no projeto Porto Maravilha não foi pensado como aquele que seria o melhor do ponto de vista urbanístico ou do ponto de vista da cidade, mas sim aquele que viabilizaria o negócio, a lógica financeira do projeto. O consórcio formado pelas empresas é remunerado pela Prefeitura para fazer as obras. Mas ele ganha de novo ao fazer estas obras e terá ganhos com a valorização dos terrenos. Após a viabilização das questões fundiárias, a Caixa Econômica entrará como sócia na incorporação dos futuros edifícios, viabilizando tal operação. Caso algo dê errado nessa lógica financeira, os prejuízos serão cobertos com recursos públicos municipais. O projeto Porto Maravilha revela-se, assim, em toda a sua inteireza: a abertura de mais uma frente de expansão para os investimentos do capital financeiro, do capital excedente internacional.
Além de todos os problemas aqui apontados, estariam ocorrendo problemas de ordem moral e legal. Os terrenos federais que estão sendo repassados à Prefeitura para que esta os coloque no mercado estariam sendo subavaliados. A diferença de avaliação seria da ordem dez vezes menos os reais valores dos mesmos. Os laudos de avaliação estariam deixando funcionários que os assinam em situação vulnerável frente a uma eventual fiscalização do Tribunal de Contas. Um bom exemplo dessa distorção seria a avaliação feita para a desapropriação do prédio onde ocorre a ocupação Maria Conga, também na Área Portuária, a qual seria bem mais alta que aquelas praticadas nos terrenos que interessariam ao projeto Porto Maravilha.
Ao final, Raquel Rolnik traçou um paralelo entre o que estaria ocorrendo na Área Portuária do Rio de Janeiro com aquilo que estaria ocorrendo nas áreas no entorno da Sala São Paulo, na capital paulista. Lá, como aqui, a área é tratada como um vazio populacional e um vazio de história e cultura, adotando-se algo que se poderia comparar à solução final: o arrasamento dessas áreas para um recomeço em bases palatáveis ao mercado. Assim, a oposição democrática a tais atos no Rio e São Paulo estariam frente à responsabilidade de barrar um modelo perverso, que se pretende que seja posteriormente espalhado por outras cidades brasileiras.
terça-feira, 15 de março de 2011
o Cais da Imperatriz foi rompido
O Cais da Imperatriz, descoberto em escavações para a construção de uma galeria de águas pluviais na Zona Portuária, foi rompido para a passagem dessa galeria. Foi uma pena. É uma perda para a cidade que não tenha havidio uma discussão maior sobre isto e apenas cabeças coroadas decidam sozinhos sobre os destinos de achados arqueológicos.
quinta-feira, 10 de março de 2011
Ainda ameaçado o Cais da Imperatriz
Muito tem se falado sobre deixar o material arqueológico dos Cais da Imperatriz e do Valongo exposto ao público. O Prefeito mostrou sua surpresa com a descoberta (detalhe, a escavação já ocorria há dois meses), e até um projeto expedito já apareceu. Mas o que ninguém comenta é que a obra da nova galeria de águas pluviais continua lá, ameaçadoramente apontada para o Cais da Imperatriz. Se for dada a ordem de continuar, fatalmente uma parte desse cais será desmontada. Isto ocorrerá sem discussão? O cais do Valongo é importante. Por ali passaram escravos para serem vergonhosamente negociados na Rua do Valongo. A sua conformação não é ainda conhecida. Já o Cais da Imperatriz é uma obra completa, pensada em projeto e executada seguindo cânones artísticos da época. Cortar-lhe uma parte seria extremamente grave e uma mutilação.
terça-feira, 8 de março de 2011
Cristo Redentor do Rio de Janeiro?
O monumento do Cristo Redentor foi inaugurado em 1931. Ele substituiu uma estrutura anteriormente existente que abrigava os visitantes daquele ponto de apreciação da paisagem da cidade. Um concurso realizado em 1923 escolheu o projeto do engenheiro Heitor da Silva Costa, em que o Cristo segurava uma cruz e o globo terrestre. Carlos Oswald colaborou na definição da forma do cristo com os braços abertos. A execução das mãos e da cabeça da foram do escultor francês Paul Maximilian Landowski. Os recursos para a construção foram obtidos através de uma campanha nacional para arrecadação de fundos, que foram entregues em paróquias de todo o Brasil.
Uma vez concluído, o Cristo tornou-se um símbolo da cidade, visitado por milhares de turistas todos os anos. Ao longo de sua existência já passou por algumas restaurações, bancadas por fundos privados e públicos. Nas últimas décadas acentuou-se muito essa característica de marco turístico, ficando o aspecto religioso um pouco em segundo plano. A figura que se vê no alto do Morro do Corcovado ganhou em humanidade, freqüentando todo tipo de imagens relativas à cidade, de charges em jornais ao cristo mendigo da Beija-Flor, de cartões postais a campanhas de soerguimento da autoestima carioca.
No entanto, ultimamente a igreja católica decidiu reforçar o aspecto religioso do monumento. Celebrações religiosas, que antes se resumiam ao interior da pequena capela existente aos pés do Cristo, ganharam o espaço exterior. E finalmente uma iluminação multicolorida foi encomendada a Peter Gasper. Aquele ser discreto que, numa luz clara serenamente abria seus braços sobre à cidade à noite, foi substituído por um outro ser extravagante, que se exibe nas cores púrpura, verde, vermelho, etc. O mesmo vem ocorrendo com a catedral na Lapa. Segundo anunciado, o Cristo seguirá a liturgia católica, permanecendo roxo durante a quaresma, como os santos encobertos nas igrejas.
Seria pedir demais solicitar à igreja que considerasse a afeição laica que temos para com este Cristo, o carioca? Nunca mais teremos de volta a discrição da luz clara que quando encoberta pelas nuvens produzia uma aura de mistério no topo da montanha? É triste ver um velho conhecido se perder assim...
quarta-feira, 2 de março de 2011
Esculturas do Cais da Imperatriz
A descoberta do Cais da Imperatriz e do cais do valongo pode ser uma boa oportunidade para se discutir o retorno das esculturas que ornavam o cais projetado por Grandjean de Montigny para o seu lugar original. Elas hoje estão no Palácio da Cidade, na Rua São Clemente. Mas devem voltar, ou para o Jardim do Valongo, onde estiveram nas últimas décadas, ou para o espaço que será criado após a redescoberta dos antigos cais.
terça-feira, 1 de março de 2011
Cais da Imperatriz
O Cais da Imperatriz foi construído em 1843 por Grandjean de Montigny no Valongo, no que hoje é a Rua Barão de Tefé. Antes, ali já havia o cais do Valongo, com calçamento de pedras irregulares. A construção do Cais da Imperatriz deveu-se à chegada da futura esposa de D. Pedro II, D. Teresa Cristina. Ele foi executado com pedras aparelhadas e contou ainda com uma fonte em forma de coluna encimada por uma esfera armilar e estátuas de mármore representando divindades gregas. Da antiga fonte só restou a coluna, que ainda se encontra no local, já que a sua bacia e as bicas desapareceram. As estátuas foram inicialmente deslocadas pelo Prefeito Pereira Passos para o Jardim do Valongo e, no final do século XX, foram levadas para os jardins do Palácio da Cidade na Rua São Clemente. Já o cais permaneceu encoberto pelo aterro que criou a atual Área Portuária. Mas sempre se soube da sua localização aproximada.
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
No Brasil ou no Egito, a defesa da democracia não pode ser relativa!
Em entrevista à jornalista do jornal O Globo, Fernanda Godoy, publicada em 07 de fevereiro de 2011, o sociólogo egípcio Saad Eddin Ibrahim, professor visitante na Universidade de Drew, em Nova Jersey, afirmou que Brasil, Índia e África do Sul desapontaram os militantes pró-democracia daquele país. Eis a resposta do professor quando questionado sobre as razões dessa decepção.
“Porque esses são países do Terceiro Mundo. Se eles tivessem tomado uma posição em defesa da democracia no Egito, teria sido recebido de outra maneira. Todas as vezes que os EUA ou a Europa falavam em democracia, os representantes do regime gritavam: ’Imperialismo!’, ‘Colonialismo!’. Mas se a Índia, o Brasil, ou a África do Sul tivessem ficado do nosso lado, como nós fizemos quando eles lutavam contra o apartheid ou a ditadura militar brasileira, se esses países, que são democracias emergentes, sem aspirações colonialistas, tivessem se colocado do lado da democracia, teriam nos ajudado muito. O governo não poderia dizer que estávamos convidando a uma intervenção.
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
Porto Maravilha?
A requalificação de áreas portuárias não é um fenômeno novo e a razão é também muito conhecida. Está relacionada a alterações na operação da atividade portuária, que passou a prescindir de grandes espaços de estocagem de mercadorias, os retroportos. Assim, essas áreas, que geralmente têm boa localização e são servidas de infraestrutura urbana, passaram a ser reaproveitadas pelas cidades, transformando-se em locais de escritórios, moradia, cultura e lazer.
No Rio de Janeiro, atualmente, antigos obstáculos políticos encontram-se transpostos e o projeto, agora chamado Porto Maravilha, foi iniciado. No entanto, a forma como se deverá se dar esta intervenção apresenta alguns problemas importantes. Abandonou-se uma versão mais leve do projeto, em favor de uma outra baseada no uso intensivo do potencial construtivo, voltada para a atração de capitais especulativos. A liderança do processo está com a Prefeitura e a atual orientação municipal é claramente privatista.
Até aqui, o processo de discussão do projeto Porto Maravilha não foi muito aberto e transparente. É necessário ampliar este debate. É urgente que se reabra a discussão sobre o projeto já em curso. É urgente que se repense o projeto como um todo, adequando-o aos interesses da população e não aos do mercado imobiliário, como parece ser o caso atualmente. Durante muito tempo se construiu a convicção de que a Área Portuária deveria ser olhada com mais cuidado pelo poder público. Esta convicção, e as expectativas que suscitou, não devem agora ser frustradas pela dominação desse projeto por interesses ligados unicamente ao alto retorno dos investimentos privados.