A
prefeitura do Rio de Janeiro vem implantando linhas de BRTs pela cidade, o que
é positivo do ponto de vista da mobilidade. Claro que sempre é possível se discutir
se a opção pelos ônibus articulados é a de maior capacidade e a que melhor
atende à cidade. A mais recente linha anunciada é o BRT Transbrasil, que virá
pela Avenida Brasil e adentrará o Centro do Rio. O Consórcio Porto Novo, composto pelas empresas OAS e Odebrecht, comprometidas na Operação Lava-Jato, e ganhador da licitação para realizar as intervenções na
Área Portuária, assumiu a execução das obras da primeira etapa desse BRT. Espera-se
que tenha havido nova licitação...
Traçado do BRT Transbrasil |
Para chegar à
Presidente Vargas, o BRT Transbrasil passará pela Rua Rivadávia Corrêa, ainda
na Área Portuária e, após atravessar o Túnel João Ricardo, alcançará a Rua Bento
Ribeiro, em frente à Estação Central do Brasil. No entanto, para chegar a essa
rua o BRT promoveria um arrasa quarteirão em todo o lado par da mesma. Os
estudos apontam a necessidade de demolição de 44 imóveis, sendo 24 deles
protegidos pela Lei que criou a Apac SAGAS (Lei 971/1987). São imóveis de
feição eclética, que variam de um a três pavimentos, e compõem muito bem a
imagem daquela área nos arredores da Central do Brasil.
A gestão da Apac SAGAS
é do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade-IRPH, órgão da própria Prefeitura.
É preciso saber se o IRPH concorda com este arrasamento proposto e, até mesmo
se já deu essa autorização. É importante, também, verificar se uma eventual
alteração na lista de imóveis preservados não teria que ser submetida à Câmara
de Vereadores. É verdade que esta última vem aprovando todas as demandas do
Prefeito, mesmo as mais absurdas e danosas para nossa cidade.
O projeto BRT
Transbrasil está estimado em mais de R$ 2 bilhões. É um custo bastante alto e
deve ser exigida total transparência. A cidade precisa saber se a concessão
para a realização das obras segue os princípios do interesse público e se a
destruição desses 24 imóveis preservados pela Lei SAGAS encontra-se realmente
em discussão.
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