quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Fradinhos malquistos

Rue Fontarabie em Paris

O péssimo hábito dos motoristas cariocas de estacionarem seus carros sobre as calçadas da cidade é algo que veio crescendo ao longo do tempo e com a incrível frota de automóveis de nossa cidade. A desculpa corrente é que a cidade não oferece vagas suficientes. Mas Paris ou Nova Iorque também não e nossos motoristas de classe média ou alta, quando lá estão e alugam carros, sabem muito bem respeitar as regras.
Como solução paliativa, as diversas administrações municipais do Rio de Janeiro permitiram ou incentivaram a colocação de fradinhos nas calçadas. Os moradores e os condomínios gastaram seus recursos os instalando e a própria Prefeitura instalou diversos desses dispositivos em suas obras de reurbanização. Nos anos 90 a Secretaria de Urbanismo chegou a projetar diferentes modelos de dispositivos, visando torná-los um elemento constante na cidade. A resistência aos fradinhos não vinha dos moradores, mas sim dos flanelinhas, que se viam privados de suas áreas de exploração sobre as calçadas. Muitas vezes, era necessário que um guarda municipal ficasse de plantão até que o cimento que prendia os fradinhos às calçadas se solidificasse. Em caso contrário, seriam prematuramente arrancados por aqueles que tinham seus interesses contrariados.
No entanto, a atual administração municipal decidiu que os carros não mais estacionam em calçadas e que os fradinhos não são mais necessários. Mais, ela deu prazo aos condomínios da orla para que os retirassem, o que eles já vêm fazendo com prejuizos, e anunciou que a medida se estenderá a toda a cidade. Ora, isto é exatamente o oposto do que se faz nas cidades do mundo em que se deseja proteger o pedestre. Paris está cada vez mais cheia de dispositivos que impedem que os carros estacionem sobre calçadas. Mesmo em calçadas estreitas é possível vê-los. E não só em Paris, mas também em Londres e em outras cidades onde a administração municipal priorize os pedestres não confie exageradamente na sua capacidade de reprimir o estacionamento irregular.


segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Parque Bossa Nova




Vem ai o Parque Bossa Nova. Será construído no Leblon, um dos bairros com melhor qualidade de vida da cidade. O novo parque estará próximo ao Parque Dois Irmãos, à Praia do Leblon, ao Jardim de Alah...., ou seja, numa área já bastante aquinhoada de amenidades. Com projeto do arquiteto Jaime Lerner, o parque terá em torno de 25 mil m2 de área verde e sua concretização está orçada em R$ 68 milhões.
Enquanto isto, o subúrbio carioca permanece um deserto de parques e jardins. Saindo do Centro, após o Campo de Santana, há a Quinta da Boa Vista e depois quase nada. O Parque Ari Barroso na Penha, uma exceção neste cenário, apesar de ser uma unidade de conservação ambiental do Rio de Janeiro, vem sendo ocupado por instituições públicas que reduzem sua área disponível. Já recebeu uma UPA e agora corre o risco de receber uma lona cultural.