sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

A plataforma abandonada do Metro do Rio

Sabino Barroso, um dos autores do projeto da Estação Carioca do Metro do Rio, na plataforma abandonada naquela estação.



Esquema da Estação Carioca da Linha 1 do Metro do Rio



A Estação Carioca do Metrô do Rio tem uma plataforma abandonada abaixo da plataforma atualmente utilizada pela Linha 1. Ela está à espera da conclusão da Linha 2 de acordo com o projeto original. Este previa o prosseguimento do metrô pela Cruz Vermelha e Avenida Chile, até alcançar a Praça XV, o que seria de enorme valia para quem utiliza o sistema das barcas. No entanto, a concessionária do Metro do Rio, em troca da ampliação da sua concessão, jogou este projeto no lixo e fez a improvisada ligação da linha 1 com a linha 2. O absurdo desta situação, e também da alteração proposta para a Linha 4 (metrô para a Barra), é que quem planeja os transportes na cidade é a concessionária e não mais o poder público.


Chafariz da Estação Carioca

Foto Marcos Vinicius Cintra


A concessionária do metro do Rio está demolindo o chafariz existente no interior da Estação Carioca. Ele não vem sendo usado e o andar em que se encontra tem amplas áreas alugadas a uma faculdade privada. No entanto, a retirada do chafariz é mais um sintoma de que o projeto original da Linha 2 está cada vez mais distante, tendo sido descartado pelo absurdo arranjo de se jogar a linha 2 dentro da linha 1.

Quando projetaram as primeiras estações da Linha 1, entre as quais a da Carioca, os arquitetos Sabino Barroso, Jayme Zettel e José Leal o fizeram pensando no futuro entroncamento das linhas 1 e 2. A Estação da Carioca é a maior estação do metrô construída no Rio. Abaixo da parte visível, há uma plataforma inacabada a espera da ligação com a linha 2, que viria pela Cruz Vermelha e Avenida Chile, chegando até à Praça XV. A plataforma está lá, mas invisível para os passageiros que circulam na estação e que não percebem o desperdício do dinheiro público.


segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Prefeitura loteando praças

Praça Maurício Cardoso com tapumes - foto Aldo Santos Alves

Praça Maurício Cardoso em Olaria


A Prefeitura do Rio definiu um padrão perverso de tratamento das praças cariocas: ocupá-las ao máximo com equipamentos, como UPAs, UPPs, Clínicas de Família ou arenas culturais, economizando na compra de terrenos. Nem praças tombadas têm escapado deste processo. O Parque Ari Barroso na Penha e o antigo Jardim Zoológico em Vila Isabel, tombados pelo Estado do Rio, também estão sendo colonizados por diversos equipamentos. Mas praças não são reservas de terras e sim elementos vitais para a vida das cidades.
Agora, isto ficou absolutamente claro com o decreto municipal n. 34.311 de 18 de agosto deste ano, que alterou o uso de cinco praças nas Zonas Norte e Oeste. Por este decreto, as praças dos Lavradores, em Madureira; Soldado Francisco Vitoriano, em Campo Grande; Honoré de Balzac, em Senador Camará; Santa Bárbara, em Rocha Miranda; e Marechal Maurício Cardoso, em Olaria poderão receber Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).

Isto contraria a Lei Orgânica do Município, que em seu artigo 235 prevê: "As áreas verdes, praças, parques, jardins e unidades de conservação são patrimônio público inalienável, sendo proibida sua concessão ou cessão, bem como qualquer atividade ou empreendimento público ou privado que danifique ou altere suas características originais.”
Algumas moradores afetados não estão dispostos a verem suas praças serem destruídas dessa forma. Este é o caso da Praça Marechal Maurício Cardoso (em frente ao supermercado Extra, logo depois do Clube do Olaria). Lá, eles já se reuniram várias vezes e estão se mobilizando para mostrar ao Prefeito o quanto estão insatisfeitos com a destruição de sua praça. Unidades de saúde pública sim, mas não às custas do fim das praças!