domingo, 13 de junho de 2010

A arquitetura e engenharia públicas


A engenharia e a arquitetura públicas já tiveram momentos importantes no Rio de Janeiro. O Conjunto Habitacional do Pedregulho foi projetado por um servidor público, assim como a realização do Parque do Flamengo. A Sursan era composta por profissionais altamente qualificados que fizeram obras importantíssimas para a cidade. No entanto, há muitos anos que o quadro de engenheiros e arquitetos do Estado do Rio vem definhando. Os poucos profissionais que resistem se encontram desmotivados pelos baixíssimos salários. Cada vez mais pessoas se aposentam e os poucos concursos realizados não conseguem segurar os aprovados, já que o salário inicial é de apenas R$ 2.000,00. Nas obras do PAC os engenheiros e arquitetos do Estado trabalham lado a lado com colegas do município e do governo federal que ganham bem mais. Isto é absolutamente injusto.
O governo investe claramente na terceirização dos serviços. Empresas de engenharia terceirizadas têm sido responsáveis por projetos e mesmo por fiscalização da execução de obras, uma tarefa que só deveria ser exercida por funcionários comprometidos com a probidade do serviço público. Mas este é um caminho que deixa o Estado desarmado, sem capacidade de planejar e projetar. Ao fim dos contratos com tais empresas, fica o vazio, a falta de conhecimento adquirido no seio do Estado. Tal caminho jamais trará o desenvolvimento de que o Estado do Rio tanto precisa.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Café no parque


A Prefeitura anunciou que o Jardim de Alá será revitalizado e que ganhará um café. É motivo de alegria essa perspectiva mas, nos últimos anos, isto já foi noticiado diversas vezes. Cafés em parques têm sido ultra recorrentes. Já anunciaram na Praça Paris, na Amurada da Gloria, no Passeio Público e no Jardim de Alá. Anunciar projetos é o esporte preferido das autoridades. O problema é que os jornais (e os jornalistas) noticiam como se fossem verdades projetos que raramente serão realizados. Mais tarde, quando constatada a não realização, o bônus da notícia já terá sido capitalizado. Assim, as páginas de jornais vão servindo a esse jogo que se utiliza de nossa esperança numa cidade melhor.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Outros arquitetos III


Quando se busca a história da atuação desses arquitetos no Brasil, encontra-se os nomes de outros arquitetos também estrangeiros com os quais colaboraram. É como se chegados a um novo país, buscassem associar-se a quem estivesse em condições semelhantes. Gire trabalhou com Robert Prentice, arquiteto escocês, no projeto do Edifício Sul América. Prentice projetou obras tão distintas, como a Estação Barão de Mauá (Leopoldina) à Estação Central do Brasil e o Edifício da Esso. Com o austríaco Anton Floderer, trabalhou em diversos projetos, entre os quais o do Elevador Lacerda em Salvador. Neste projeto, esteve, também, o arquiteto húngaro, formado em Viena, Adalberto Szilard. Floderer trabalhou ainda com o alemão Alexander Buddeüs, com quem projetou o prédio do Rio Cricket Club em Niterói. Buddeüs foi responsável pelo Instituto de Cacau da Bahia.
Já Alexandre Altberg, arquiteto berlinense, teve razões fortíssimas para vir para o Brasil, já que fugia da perseguição aos judeus. Aqui construiu casas e apartamentos e fundou a revista Base.
Um caso ligeiramente diferente é o de Jacques Pilon, francês que cresceu no Brasil, já que seu pai veio para cá trabalhar. Mas sua formação se deu na França.

sábado, 5 de junho de 2010

Outros arquitetos II


Henri Sajous, que projetou o Edifîcio Biarritz na Praia do Flamengo, a Igreja da Santíssima Trindade na Rua Senador Vergueiro, o prédio da Mesbla e o Palácio do Comércio no Centro, veio convidado pela iniciativa privada em 1930, para trabalhar no projeto do balneário de São Lourenço em Minas Gerais. Com ele, veio o também francês Auguste Rendu. Acabou ficando mais tempo, tendo realizado projetos também em São Paulo.
O italiano Mario Vodret, do Instituto Profissionalizante de Roma, projetou em meados da década de 20 o Grande Templo Israelita, no Centro. Posteriormente, foi convidado a projetar o Solar Henrique Laje, atual sede da Escola de Artes Visuais, e o Edifício Seabra na Praia do Flamengo, para o comendador português Gervásio Seabra.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Outros arquitetos I


No século XX, por diferentes razões, muitos arquitetos de outros países vieram trabalhar no Brasil. Alguns vinham em busca de oportunidades. Um dos primeiros a chegar no século XX foi o italiano Antonio Virzi. Joseph Gire, arquiteto francês que projetou o Copacabana Palace, o Hotel Glória e, juntamente com Elisário da Cunha Bahiana projetou o edifício A Noite, quando veio para ao Brasil já tinha uma carreira importante, tendo sido sócio a partir de 1900 do Gabinete de Arquitetura Lucien et Henri Grandpierre.
Outros eram convidados. Havia um interesse em buscar no exterior, principalmente na Europa, a contribuição de arquitetos e urbanistas. Houve convites por parte dos governos, como é o caso de Alfred Agache que foi contratado em 1927 para realizar o Plano Diretor da cidade. Pouco tempo depois, Le Corbusier veio dar palestras na cidade, que resultaram no convite para orientar a equipe responsável pela futura sede do MEC.