sábado, 4 de fevereiro de 2012

Canetas, bugigangas, Patrimônio

Primeiro o prefeito Eduardo Paes fez um negócio com a Brahma em que esta recebeu autorização para demolir sua fábrica no Catumbi, que era preservada juntamente com o Sambódromo, e que a mesma sempre quis destruir. Em troca pelo pagamento das obras de ampliação do Sambódromo, a cervejaria, além da demolição do prédio, ganhou o direito de construir uma torre com projeto de Niemeyer. Detalhe: ela não pretende ocupar o futuro prédio e já anunciou que venderá o terreno com o novo direito de construção. Para demolir o prédio da Brahma, pressões foram feitas sobre o órgão de tombamento.
A demolição foi detonada pelo próprio prefeito que riu para as câmeras, satisfeito com seu ato de destruição da memória carioca. Depois, com os restos da demolição, mandou fazer uma canetinha e entregou a bugiganga a Oscar Niemeyer que, como um índio recebendo bugigangas de Cabral, sorriu satisfeito. Tudo muito ecológica-mercadologicamente correto, já que o entulho do que antes era o Patrimônio da cidade está sendo reciclado...
O nome Niemeyer tem sido usado à exaustão por prefeitos e governadores que desejam burlar a necessidade de concursos de projetos ou fazer alguma obra pouco recomendada. Este caso foi só mais um. Outro detalhe: certamente Niemeyer deseja a preservação de suas próprias obras...

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