quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

BRT Transbrasil: Patrimônio em risco na área da Central do Brasil

A prefeitura do Rio de Janeiro vem implantando linhas de BRTs pela cidade, o que é positivo do ponto de vista da mobilidade. Claro que sempre é possível se discutir se a opção pelos ônibus articulados é a de maior capacidade e a que melhor atende à cidade. A mais recente linha anunciada é o BRT Transbrasil, que virá pela Avenida Brasil e adentrará o Centro do Rio. O Consórcio Porto Novo, composto pelas empresas OAS e Odebrecht, comprometidas na Operação Lava-Jato, e ganhador da licitação para realizar as intervenções na Área Portuária, assumiu a execução das obras da primeira etapa desse BRT. Espera-se que tenha havido nova licitação...

Traçado do BRT Transbrasil


Para chegar à Presidente Vargas, o BRT Transbrasil passará pela Rua Rivadávia Corrêa, ainda na Área Portuária e, após atravessar o Túnel João Ricardo, alcançará a Rua Bento Ribeiro, em frente à Estação Central do Brasil. No entanto, para chegar a essa rua o BRT promoveria um arrasa quarteirão em todo o lado par da mesma. Os estudos apontam a necessidade de demolição de 44 imóveis, sendo 24 deles protegidos pela Lei que criou a Apac SAGAS (Lei 971/1987). São imóveis de feição eclética, que variam de um a três pavimentos, e compõem muito bem a imagem daquela área nos arredores da Central do Brasil.



A gestão da Apac SAGAS é do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade-IRPH, órgão da própria Prefeitura. É preciso saber se o IRPH concorda com este arrasamento proposto e, até mesmo se já deu essa autorização. É importante, também, verificar se uma eventual alteração na lista de imóveis preservados não teria que ser submetida à Câmara de Vereadores. É verdade que esta última vem aprovando todas as demandas do Prefeito, mesmo as mais absurdas e danosas para nossa cidade.   

O projeto BRT Transbrasil está estimado em mais de R$ 2 bilhões. É um custo bastante alto e deve ser exigida total transparência. A cidade precisa saber se a concessão para a realização das obras segue os princípios do interesse público e se a destruição desses 24 imóveis preservados pela Lei SAGAS encontra-se realmente em discussão.










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